domingo, 30 de junho de 2013

Análise dos enredos 2014 - Especial Rio de Janeiro


   A primeira etapa do carnaval de 2014 está concluída entre as 12 escolas do Rio de Janeiro: A escolha do enredos. Para o próximo carnaval temos apostas em personalidades, lugares, manifestações populares e muita ginga. Confira abaixo uma pequena prévia de cada escola:
   Como dito anteriormente, teremos apostas em personalidades. Beija-flor e Unidos da Tijuca, que recentemente foram campeãs homenageando personalidades vão apostar novamente neste tipo de enredo. A Tijuca pretende fazer um grande premio da emoção ao cantar Ayrton Senna. Paulo Barros pretende fazer como fez com Luis Gonzaga, ou seja, sem apelar para o lado biográfico durante todo o desfile. antando esse ícone do Brasil espero que de certo! Já a deusa da passarela contará a história da comunicação e no meio dessa uma homenagem à Boni, no que está sendo o enredo mais "batido" e "difícil" do especial deste ano. A Imperatriz Leopoldinense falará sobre Zico, mas pretende carnavalizar num encontro do rei do futebol e a imperatriz do samba numa grande festa do rei momo. Grande sacada do carnavalesco Cahê Rodrigues. Outra personalidade que dará o ar da graça será Maysa, no desfile da Grande Rio, mas ela conduzirá o enredo sobre a cidade de Maricá, no estado Rio de Janeiro. A escola pretende fazer um enredo lúdico e surpreender com a estreia de Fábio Ricardo pela agremiação. Com uma linda sinopse, não duvido que faça um bom trabalho.
   Lúdico e brasileiro será o tema da Mocidade Independente, que cantará Pernambuco sobre os olhares de Fernando Pinto, grande carnavalesco da história da agremiação. Paulo Menezes apostará na alegria e na brasilidade do tema para abrir com estilo a segunda noite dos desfiles. De Pernambuco para o Rio de Janeiro, a Portela cantará as transformações na zona portuária do Rio ao longo do tempo. Louzada resgatará a majestade do samba em um enredo de raiz. É raiz do carnaval com raiz da história, acho um ótimo casamento! E com os olhares no mundo inteiro, o Salgueiro cantará Gaia em um apelo à vida e à sustentabilidade. O casal Renato e Márcia Lage prometem mais um grande desfile e com um enredo como esse não podemos esperar menos!
    A atual campeã, Vila Isabel, vai rodar o Brasil com Câmara Cascudo para mostrar como a população brasileira vive em meio aos biomas brasileiros. Cid Carvalho promete um desfile emocionante para tenta o bi. Quem também rodará o Brasil será a Mangueira, talvez a grande aposta para 2014, cantando nossas festas. Rosa Magalhães tem uma belíssima e rica sinopse à sua disposição e toda vontade do mundo de ser campeã pela verde-e-rosa, sem falar do apoio dos mangueirenses. Na ginga a Império da Tijuca quer abrir os desfiles e ficar no especial com um envolvente enredo sobre as batucadas dos tambores. Tem tudo para ser um encanto como foi nesse carnaval. A União da Ilha também quer encantar ao levar os brinquedos e a magia da infância para os expectadores. A intenção do carnavalesco Alex de Souza é fazer o folião brincar junto com a escola que retomará seu ritmo alegre de fazer carnaval. Quem tem esse ritmo é a São Clemente que apostará numa estreia de carnavalescos para seu enredo sobre as favelas. Como seus moradores enfrentam seus problemas e mesmo assim não desanimam será o foco da agremiação.

sábado, 29 de junho de 2013

Mangueira divulga sinopse para 2014

*arte nao oficial. fonte: Momo's
"A festança brasileira cai no samba da mangueira". E cai como uma luva. A tradicional verde-e-rosa com sua ilustre carnavalesca Rosa Magalhães lançaram na noite dessa quinta feira (27/06) a sinopse que guiará a escola em 2014. A obra foi escrita por Osvaldo Martins e será o plano de fundo para os compositores começarem a fase de eliminatórias. A obra está sendo muito bem avaliada pela critica por possuir uma grande abrangencia e alegria. Confira abaixo:

Salve o povo brasileiro, que dá duro o ano inteiro pra poder comemorar. Até na prece não esquece de mostrar sua alegria. Faz da vida fantasia, espanta a dor com maestria, não se vexa nem se aperta, liga a chave de alerta e cai no samba noite e dia. O mundo fica admirado e com o olho arregalado sempre diz: não existe outro lugar, nem carece procurar, com um povo tão feliz.
O Brasil é uma festa sem hora pra acabar - o negócio é festejar. Festa grande, multidão. Festa ao vivo na televisão. Abram alas pra Mangueira, pra festança começar.
Como diz Pero Caminha em sua carta inaugural, relatando o desembarque da esquadra de Cabral, o que se viu foi uma festa - a primeira, neste solo tropical. Ao som de um tamboril, precursor da bateria, um pouco de Brasil despertou naquele dia. O festejo noite a dentro de chegados e locais teve baile e cantoria num embalo musical. Foi a pedra fundamental do país do Carnaval.
Ninguém diz com precisão, mas na imaginação dá pra ver a patuscada. No auge da noitada, Cabral põe seu dobrão de lado, dança como Delegado e comanda a batucada.
A dança ritual do habitante local faz a fila, um a um, sem contato pessoal. Mas Diogo e seu gaiteiro botam fim na solidão. Quebram o gelo da distância, chamam o índio para a dança e seguram sua mão. Esse gesto tão singelo num zás criou o elo que selou o bem-querer. E a festa rola animada na mata enluarada até o dia amanhecer. Bendito este lugar, a Terra de Vera Cruz. Que nasce a dançar, e cantar, afagado pela lua e banhado por sua luz.

A festança brasileira cabe inteira no samba da Estação Primeira

Mas logo o branco impõe seu jeito, importado e contrafeito. Canto triste e oração era tudo que podia, nem pensar em alegria, ao andar da procissão. Na treva medieval imperava o reino da sisudez: cavaleiro de libré, e o asno com seu jaez. Durou pouco, felizmente, para o bem da nossa gente, essa quadra da História. O negro escravo com seu canto traz de novo todo o encanto que estava na memória. A cultura africana, de forte raiz tribal, faz então o contraponto da linhagem imperial.
Chico Rei é coroado, em Vila Rica aclamado, como no Congo seria. Nasce então o Congado, até hoje celebrado com teatro e cantoria. O povo se contagia, mão no terço outra na guia, a vida vai melhorar. Bota fé no sincretismo, e sem perder o misticismo junta santo e orixá. 

O sincretismo é parceiro desse jeito brasileiro de acender as suas velas - de todas as fés, e todas tão belas! No ponto e na oração, como manda a tradição, dois de fevereiro tem regata em procissão. Logo cedo de manhã, nesse dia, na Bahia, a rainha é Janaina. O povo reza pra santa mas lança oferendas ao mar, em louvor a Iemanjá. Está no seu DNA. 

De norte a sul, de lado a lado, festa do boi e Congado, festa de santo e xaxado, o povo leva o seu refrão. Faça sol ou caia chuva tem no sul Festa da Uva - e dá-lhe feriadão! 

O São João do Nordeste arrasta multidões. O céu fica pintado de estrelas e balões. A moça dança quadrilha com o seu cara-metade, depois clama a Santo Antonio por um noivo de verdade. Campina Grande, Caruaru, Mossoró, Aracaju, sem falar da velha Assu de antiga tradição. Tapioca e arroz doce ao lado da fogueira e a caneca de quentão pra durar a noite inteira.

A Mangueira está em festa como nunca vi assim. Vem pra Mangueira, vem, vem pra Mangueira, sim, mas tem que respeitar meu tamborim.

É matraca, é zabumba, é boi pra todo lado. De Pernambuco ao Maranhão o boi é venerado. Catirina come a língua e provoca confusão, mas o boi se reanima e pede comemoração.

Até na selva brilha a luz da cultura popular. Parintins é um milagre que me custa acreditar. O artesanato da floresta faz da festa um boi de criatividade que divide a cidade. É Garantido, é Caprichoso, a maior rivalidade.
Com a alma repleta de amor - e bom humor - lá vem ela com seu charme natural, pintando o Arco-Iris no meu Carnaval. Não podia faltar, eu sei, e é por isso que eu convidei o pique da moçada da Parada Gay.
Para acelerar meu coração, hoje eu me acabo na paixão, quero transpirar felicidade - e viva a diversidade!
Altiva, garbosa, vem chegando a Verde e Rosa, cada dia mais bonita. Desfilando, toda prosa, sua alegria infinita.
E quando o ano termina a galera de branco se anima num clarão monumental. O réveillon anuncia que mais dia menos dia chega outro Carnaval.
Nada se compara, no mundo inteiro, ao Carnaval do Rio de Janeiro.
A multidão invade a rua, que é sua, revivendo velhos carnavais. Com saudade das Grandes Sociedades, e do corso que não tem mais.
Salve o Carnaval de rua e o Cordão da Bola Preta! Salve o bloco e o folião que desdenha a aflição e segura a chupeta.
Glória a todas as Escolas e seus sambistas imortais. Seu reinado nesta sagrada pista não acaba, não se encerra. Dura enquanto houver aqui, na Sapucaí, o maior show da Terra. 
Só que a festa continua, para toda a eternidade. O que não falta é alegria e amor nesta cidade! Osvaldo Martins

Glossário:

Diogo Dias é o almoxarife da esquadra de Cabral que ensinou os índios a dançar de mãos dadas.
Libré, uma vestimenta europeia solene.
Jaez, um enfeite para a cabeça do asno (burro, jegue).
Catirina, escrava, grávida, tem o desejo de comer a língua do boi sagrado, que ressuscita - e começa ai a Festa do Boi
fonte: SRZD

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sinopse Inocentes 2014

Recentemente rebaixada do Grupo Especial carioca, a Inocentes de Belford Roxo mostra que quer voltar à desfilar na elite. E para isso a agremiação promete um grande carnaval com o enredo "O triunfo da América: O canto lírico de Joaquina Lapinha" do carnavalesco Wagner Gonçalves neste carnaval de 2014. Confira abaixo a sinopse:

EM UMA ÓPERA DE QUATRO ATOS, MUITOS FATOS A DESENROLAR: CONTAR A HISTÓRIA E A TRAJETÓRIA DE MARIA DA CONCEIÇÃO DA LAPA, A JOAQUINA LAPINHA; MARIA MINEIRA, MARIA GENUINAMENTE BRASILEIRA.

MULATA DA LAPA, E DETENTORA DE UM TALENTO NATO, REVELOU AO MUNDO O SEU EXTRAORDINÁRIO DOM DE INTERPRETAR, TANTO COMO CANTORA SOPRANO, QUANTO COMO ATRIZ DRAMÁTICA.

NEGRA LÍRICA DE VOZ ONÍRICA TEVE QUE SUPERAR UM DRAMA HEROICO E SOBREPOR O SEU TALENTO À SUA COR, ARRANCANDO APLAUSOS DE PLATEIAS EXIGENTES E ELOGIOS DE CRÍTICOS RENOMADOS, TANTO NO BRASIL COMO NO EXTERIOR, MAIS ESPECIFICAMENTE NO RIO DE JANEIRO E EM LISBOA (PORTUGAL).

SUA ORIGEM, SUAS RAÍZES E SUA ANCESTRALIDADE FORAM INDISPENSÁVEIS NA QUEBRA DE TABUS E NA SUPERAÇÃO DE PRECONCEITOS, PROPICIANDO A IMENSA CONTRIBUIÇÃO DE LAPINHA ENQUANTO ARTISTA DIFERENCIADA, EXPOENTE NO PERÍODO COLONIAL BRASILEIRO.

A ARTE, PERFORMANCE E APTIDÃO CLARA SUPERARAM O PRECONCEITO DA PELE ESCURA, ALCANÇANDO PRESTÍGIO, FAMA E RENOME INTERNACIONAL, CONQUISTANDO AINDA, A REALEZA DAS TERRAS LUSITANAS.

MAIS QUE TEMA DE ENREDO, LAPINHA DÁ O TOM, E É A ESTRELA DE UM GRANDE CONCERTO, ONDE A PASSARELA DO SAMBA É O PALCO E A BATERIA É A ORQUESTRA.

PÉROLA NEGRA DE VOZ SINGULAR, LÁ DO ALTO DO CÉU ESTELAR, VERÁ O SEU CANTO POR TODA AVENIDA ECOAR, E ENTÃO O CARNAVAL, MAJESTOSA FESTA POPULAR, IRÁ ENFIM CONSAGRAR, O SEU ESPLENDOROSO CANTAR.

É O TRIUNFO DA AMÉRICA...

Pesquisa e texto: Bianca Behrends e Wagner Gonçalves
Carnavalesco: Wagner Gonçalves

domingo, 23 de junho de 2013

Porto da Pedra 2014

A Unidos do Porto da Pedra pretende tomar uma linha diferente para voltar ao especial. Em 2014, a escola homenageará os casais de mestre-sala e porta-bandeira em um enredo inédito, emocionante e com a cara do carnaval (é claro). Todos estão muito entusiasmados com o que poderá vir e o carnavalesco Leandro Valente promete surpreender. Confira a sinopse do tigre:

ENREDO: 'MAJESTADE DO SAMBA: os defensores do meu Pavilhão'
Presidente Fabio Montibelo – Carnavalesco Leandro Valente

Vós sois casal divino
No manto que carregas está o nosso coração
Na navalha escondida na manga reina a nossa proteção

Porta Bandeira, rainha tu és
Foi dos gestos finos dos bailes da nobreza
Que herdastes nos passos a leveza
E nem mesmo as marcas que a vida dura te traz
Sua majestade desfaz

O sofrimento no Morro é coroado no asfalto
Onde seus súditos se curvam a sua beleza
Com os corações tomados de assalto
Todos se rendem a sua leveza

Já tu, meu rei guerreiro
Tigre baliza feroz
Foi da Mãe África dos ancestrais
Que tirastes seus gingados magistrais
E dos Orixás que celebram a morte nos funerais reais
Veio o estandarte que um dia carregastes
E que hoje é a real bandeira nas mãos nobres de sua parceira

Procissão negra e minueto
Deram origem a este sublime e único bailar
Para que ranchos e escolas, como que em cerimônia celestial
Entregassem seus estandartes e pavilhões ao nobre casal

Oh, dupla sagrada
O sangue nobre das suas veias
Sustenta o esforço, o suor e a vigília
Para transformar um ano em dia
Nem dores e medos mais terríveis são capazes de impedir
A evolução que fazeis para o mundo aplaudir

Com tantos nomes nobres desfilastes
Tantas cores defendestes
Com sorrisos e lágrimas nos rostos empenhastes
O orgulho da arte que exercestes.  

São Gonçalo está a seus pés
Eleva-te ao altar mais alto do samba, e conclama
Meu rei e minha rainha
Sois mais do que gente bamba
Muito mais do que só história
Sois o presente e o futuro que decola
Sois a alma da minha escola

FONTE: carnavalesco.com.br

sábado, 22 de junho de 2013

Ordem dos desfiles 2014 do Grupo Especial de São Paulo

As 14 agremiações do Grupo Especial de São Paulo já sabem suas posições para o próximo carnaval. Leandro de Itaquera, Pérola negra, Tom Maior e Acadêmicos do Tatuapé já sabiam suas posições de acordo com o regulamento. Mocidade Alegre escolheu desfilar como terceira do sábado e ocupará essa posição pelo sexto carnaval consecutivo. Confira na imagem abaixo a ordem dos desfiles:

fonte: E por falar em carnaval

Sinopse Tijuca 2014

A Unidos da Tijuca pisará no acelerador neste carnaval para homenagear Ayrton Senna no enredo "Acelera, Tijuca!". O carnavalesco Paulo Barros será novamente o responsavel pelo desfile da agremiação do Borel e divulgou a sinopse do enredo. Confira a sinopse na íntegra abaixo:

Enredo: 'Acelera, Tijuca!'

"Mais veloz que o tempo, mais real que um sonho"
O Brasil e o mundo estão ligados no Grande Prêmio Tijuca 2014! São oitenta e dois minutos de muita expectativa! É realmente para fazer o coração do torcedor explodir de tanta emoção! O Sambódromo está lotado e o público das arquibancadas está aqui para sentir toda a adrenalina da velocidade. É uma grande torcida!

A Unidos da Tijuca criou um percurso fantástico, com momentos marcantes de grandes corridas que consagraram os mais rápidos competidores de todos os tempos. Quem é o mais veloz e pode realizar proezas inesquecíveis. Conquistar a vitória é uma tarefa difícil, pois esse é um circuito que exige muito dos pilotos.

Mais alguns instantes e lá vem a largada do Grande Prêmio da Tijuca. Depois de uma emocionante disputa pela Pole Position, os competidores se preparam nos boxes para enfrentar o grande desafio. Tudo pode acontecer na pista da Marquês de Sapucaí!

Os mecânicos fazem os últimos ajustes. Vamos conhecer em alguns minutos quem será o vencedor dessa prova. São os últimos momentos antes da corrida.O público observa os competidores. E lá estão alguns dos mais fortes concorrentes! No boxe 1, os animais mais velozes da natureza, que já inspiraram a aerodinâmica de tantos carros. As incríveis inovações tecnológicas que correm o mundo, rompendo barreiras e desafiando limites, se agitam no segundo boxe. Nos outros boxes, não poderiam faltar os personagens inesquecíveis, criados pela ficção para brincar com a eterna paixão do homem pela velocidade, e os esportes que exigem rapidez, superação, agilidade e ousadia. É pura emoção! Quem vencerá o GP da Tijuca. Quem será capaz de escrever o nome na história da velocidade. Os pilotos estão prontos para arrancar para a vitória!

Os carros já estão enfileirados para o início da corrida. Os pilotos buscam o melhor aquecimento dos pneus, dos freios, procuram se concentrar, se preparar para essa grande prova! Os motores começam a ser acionados. E agora está tudo pronto para a grande largada! Vamos ao ronco dos motores, eles vão roncar alto! Acende a luz vermelha, vem a verde. Largaram!

Logo no início da prova, os pilotos enfrentam uma emocionante curva. Ela é perigosa e exige muita habilidade. Qualquer erro pode definir o resultado da disputa. Todo cuidado é pouco! O trecho desafia os competidores, como a lendária e apaixonante curva Eau Rouge (Água Vermelha), do circuito da Bélgica, que atravessa uma belíssima floresta e requer uma incrível capacidade de aderência aerodinâmica dos carros.

E lá vem eles! O cavalo cruza a pista usando toda a potência de seu motor. O beija-flor mantém sua posição por causa do novo bico, mais longo e estreito, e de asa menor, que garantem mais velocidade e equilíbrio. O peixe-agulhão mergulha por dentro da curva, seguido pelo guepardo, que dá o bote e encosta no falcão peregrino. Olha a tartaruga e a lebre se metendo por ali para entrar na disputa e erguer a bandeira da vitória!

Agora eles entram na grande reta. Esse é o momento que arrepia porque passam rasgando numa velocidade impressionante! Nesse trecho, a Internet é sempre uma adversária muito poderosa. O Homem Elétrico acelera e diminui a diferença. O Avião Supersônico, no final da reta, acha um vácuo e encosta no Satélite. O Trem Bala desliza, mas a Velocidade da Luz não permite uma aproximação maior. Todos pensam em poupar pneus porque essa é uma corrida desgastante, sem dúvida alguma, e que exige, agora mesmo, um Pit Stop.

Alguns corredores reduzem e se preparam para entrar nos boxes. É incrível ver a rapidez, a sincronia e o trabalho perfeito dos mecânicos. Em segundos, a equipe troca os pneus e manda o carro de volta para a pista.

Eles disparam, aceleram tudo para tirar a diferença e quase tocam na mureta de proteção da pista. Lá vem o mexicano Ligeirinho botando pressão para cima do Papa-Léguas, que precisa frear para evitar o choque. Todo mundo colado ali e quem entra na disputa é o Speed Racer. O garoto vem com tudo! The Flash vai tentando evitar que Speed abra muito. Vem colado nele, olha a diferença! Mas o Sonic segue bem de perto tentando botar frente, acelera de novo e vem voando baixo!

Logo atrás estão os volantes mais birutas do mundo para realizar mais uma corrida maluca. Todo mundo embolado ali! A máquina do mal e seu volante ardiloso, Dick Vigarista e Mutley, sempre prontos para aplicar um golpe sujo, vão atormentar Penélope Charmosa, a boneca do volante! O Professor Aéreo parte para cima dos Irmãos Rocha. A Quadrilha da Morte é um pouquinho mais rápida e evita aproximação do Cupê Mal-Assombrado. O Barão Vermelho dá combate ao Tanque de Guerra, que acelera e cola no Caipira Luke. Peter Perfeito encosta e quase tira o Rufus Lenhador da pista! Sensacional! Eles forçam o ritmo do início ao fim, Todo mundo junto tentando ultrapassagens alucinantes!

Agora falta pouco para a final, a competição fica mais acirrada! Você vai vendo aí o Velocista se impor e assumir a dianteira. O Ciclista consegue ainda mais velocidade, pedala sem parar e dispara! Mas o Motociclista se aproxima só na força do motor! Que Grande Prêmio, que corrida fantástica! E, para a nossa surpresa, o Remador disputa no braço para alcançar a chegada! É inacreditável o que a gente vê nesse circuito do samba! O Velejador não quer ficar para trás e aderna, quase vira, tentando ficar na frente! Quem vai chegando devagar e sempre é o Calhambeque que entra na pista para matar as saudades!

Quem aparece na primeira posição. Aí vem Ayrton Senna, lá na frente de todos! Aí vem Senna, o Brasil na frente! Ele já faz o V de vitória. Bandeiras agitadas em verde e amarelo em todo o circuito! Senna, que ainda menino já dominava o volante, vem, desde pequeno, abrindo dianteira, emocionando o público com suas conquistas! Aí vem Senna no final da reta, é o final da prova, na Linha de Chegada, Ayrton Senna! Sobe a bandeira quadriculada! Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil! Ninguém mais segura a torcida! Os torcedores oferecem bandeiras do Brasil para ele! A festa é dele aqui no Sambódromo. Faz a festa o Brasil com a vitória de Ayrton Senna no Grande Prêmio!

É a volta da vitória! A última volta no Sambódromo para mostrar que Senna veio para ficar. Acelera, Brasil, junto com Ayrton Senna! Meninos e meninas entram na pista para lembrar que Senna é capaz de inspirar seus sonhos! Que o desejo de vencer requer trabalho, dedicação e competência! Ayrton Senna carrega na ponta dos dedos a esperança de cada brasileiro! Ele pega a bandeira e leva à loucura a arquibancada da Sapucaí. Sobe mais uma vez no pódio, o Campeão. No GP da Tijuca, o Brasil revive com ele a emoção da vitória. Não há tempo que ele não ultrapasse, não há sonho que ele não inspira se tornar realidade! Brilha a estrela de Ayrton Senna na Sapucaí!

Ana Paula Trindade
Fátima Brito
Isabel Azevedo
Paulo Barros
Simone Martins

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Sinopse Salgueiro 2014

foto:divulgação

A Academicos do Salgueiro cantará um enredo sobre o  planeta terra e a vida para tentar o título do carnaval carioca. O carnavalesco Renato Lage e sua mulher Márcia Lage esperam surpreender novamente e  já informaram que não se trata de um enredo totalmente afro e nem totalmente sobre sustentabilidade, mas estes temas estarão presentes em setores do desfile. Confira a sinopse abaixo:
Para o carnaval de 2014, o G.R.E.S. Acadêmicos do Salgueiro abraça um tema atual e presente: o nosso envolvimento com o Planeta Terra, que é a nossa casa, o nosso território e onde a vida acontece, até onde o sabemos, de forma única em todo o Universo conhecido.
Desde os primórdios da Humanidade, diversos povos construíram seus mitos para explicar a Criação do Mundo. Gaia para os gregos significa Terra, o lugar em que habitamos, que cultivamos, onde criamos nossos filhos, onde celebramos a vida com festa, com alegria e, sobretudo, com o carnaval.
Outros povos também contam, à sua maneira, como o mundo foi formado. Os povos de língua iorubá, por exemplo, acreditam em um deus supremo a quem chamam Olorum, um ser não manifesto enquanto denominam o Ayê, o mundo tangível, real e mundano, como sendo o aqui e agora em que vivemos, separados do plano divino. Citamos a cosmogonia iorubá por estar próxima da nossa realidade cultural e por serem seus mitos bastante difundidos em muitas manifestações artísticas e culturais do Brasil. Nela cada Orixá representa um aspecto da natureza, uma parte do todo que constitui o mundo, assim como Gaia. Desta forma temos a presença de Xangô, dominando o elemento fogo. O saber de Oxóssi e Ossanha sobre as coisas da terra e do mundo vegetal. A força de Iansã regendo o movimento dos ventos, a leveza de Iemanjá e Oxum reinando sobre as águas, enquanto Ogum vislumbra o domínio das armas e a fortaleza do ser humano, eterno guerreiro. Estes domínios constituem a harmonia e o mando do Olorum sobre a Terra.
O remoinho do Mundo
Gaia é a vitória da ordem sobre a desordem do Caos, quando a matéria do mundo se encontrava misturada, sem forma e sem sentido. Gaia é o preenchimento do vazio, o chão que pisamos; o mar, as montanhas, o ciclo dos dias e das noites, o meio ambiente em que nós nos adaptamos ao longo do tempo.
Na plenitude de Gaia, na harmonia de suas formas, na sua composição, podemos ver e sentir a dança dos quatro elementos: Terra, Água, Fogo e Ar. E tudo que eles representam como matéria e como espiritualidade.
Quando abraçamos a Terra, sólida e compacta, sentimos sua força sutil de onde tiramos o sustento, tanto para a carne, como para o espírito. Nela nos abrigamos, por ela caminhamos rumo ao trabalho ou a passeio. Nela firmamos os pés e sonhamos com reinos de abundância, terras da utopia, amores e conquistas. A Terra é um ser sensível. Onde o homem for generoso com ela, ela o será com ele.
Quando contemplamos a Água vemos que ela está em nós, é a fonte da vida, purificadora evocada em quase todas as religiões, em todos os continentes, seja nas cerimônias de batismo, nos banhos sagrados ou na água benta. Ela está em toda parte e cobre quase todo o Globo. A grandeza das águas justifica o Planeta ser azul e ser um ambiente ímpar em todo o espaço sideral.
Por sua vez, o Fogo nos remete aos tempos imemoriais. Ele foi nossa arma para dominar o mundo, para cozinhar, conservar os alimentos e aquecer o abrigo contra as mudanças do tempo e a ameaça dos animais. Apesar da sua força, por vezes indomável, ele nos inspira calor e proteção. Ele é a transformação, o pai da alquimia, queimando o que foi e fazendo o que será, em outra substância, em outra dimensão. O que há de renascer das cinzas?
Fechando o ciclo temos o Ar, talvez o mais delicado entre os elementos por ser o menos visível, porém o mais presente. Respiramos desde que nascemos e a atmosfera é uma massa de ar que nos liga, seres humanos, uns aos outros, onde quer que estejamos. Os ventos desconhecem as fronteiras e a brisa pode antecipar os furacões...
Gaia é uma caixa de ressonância, som do arado sobre a terra, da mão sobre o tambor, da folha que cai no chão, é olho da mina d'água, a chama da vela acesa, uma linha de fumaça, ecoa encantos e belezas, é o ser em contemplação.
Mas será que não sabemos o que estamos fazendo com o Planeta Terra? Será que nossa visão é tão pequena e estreita que não conseguiremos deter este cenário de destruição que nos afeta a todos? O que representaria uma existência plena, ecológica?
Vivemos num tempo acelerado, a comunicação reduziu as distâncias, os sistemas de informação colocam o mundo em tempo real em todos os lugares. Tudo parece fácil e acessível e por vezes estabelecemos metas inatingíveis. Somos tomados pela ansiedade e pelos buracos negros da depressão e tem horas que não vemos luz no fim do túnel.
Corações e mentes por todo o Planeta Terra colocam suas forças em busca de soluções e saídas. Desejam inverter o quadro onde se aponta uma volta ao caos inicial, agora causado pela mão do homem, com sua ganância, e seu poder de destruição.
Há outras fontes de energia sustentáveis, outras propostas de organização das cidades, há outros modos de se obter qualidade de vida.
O amor à Gaia é uma maneira de sairmos do impasse. Gaia tem a força da mudança, é uma forma de oração, a quem nos voltamos com carinho, é nossa Mãe, nossa luz, brilhando no espaço, pontinho azul acenando para a imensidão do Cosmos silencioso, é a nossa promessa de vida e de felicidade.
Renato Lage e Márcia Lage

sábado, 15 de junho de 2013

Sinopse Portela 2014

Rogério Rodrigues e Alexandre Louzada / foto:divulgação
A majestade do samba, sétima colocada no carnaval de 2013, divulgou na quinta feira (13/06) a sinopse do enredo " Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião" assinada por Alexandre Louzada. A escola entrará em busca de sua 22ª estrela. Confira a obra abaixo:

"Um Rio de mar a mar: do Valongo à Glória de São Sebastião"
Hoje, a nossa alma canta.
E esse canto ecoa forte e faz a águia da Portela voar. Como versos de Jobim, Rio que se mostra sorrindo: prova de amor que encerra "seu céu, seu mar sem fim".
E como onda que avança na maré cheia, invade. Vai e vem no fluxo e refluxo da história incessante a se transformar. Um canal que se abre e transborda em um Rio, que nos carrega, que começa e termina no mar.
Rio de janeiro, de fevereiro e março, carnaval!
De Estácio de Sá e de Aimberê, guerreiro de uruçumirim. De luta e invasão a se tornar casa de branco, "carioca", de um povo que flechado de amor se rende e se reinventa à gloria de São Sebastião.
Rio azul que passa em nossas vidas, a passar. Passado, presente e futuro. Onde o nosso coração se deixa levar. Rio de história que, de mar a mar, nos conta, como contas que nos unem num colar. Rio de fato que nos ata ao porto de suor e sangue, do banzo de Benim, Angola e Congo nos elos da corrente do Cais do Valongo. Da África que veio pro lado de cá. 
Rio, rua e boulevard! Abre-se de cima a baixo e bota abaixo becos, vielas e cortiços, para do "lixo" ao luxo se transformar. Rio que nasce e cresce audaz. Rio que se refaz e alcança a bela época. Rio jardim de França, Rio a beira mar: desfila glamour e elegância.
Rio que se ergue monumental, eclética escultura a esboçar a sua vocação, fina estampa de jornais e revistas. Rio em cena: no abrir do pano a orquestra do dia a dia, ópera do cotidiano, capital da arte e da cultura.
Rio que ri, canta e sonha nas ondas do rádio. Divas, reis e rainhas, vozes que embalam a fantasia da festa tradicional. Rio vivo, via que fervilha. 
Rio que abre-alas pra folia. Sorrio no Rio de alegria, por onde desfila o carnaval.
Rio que se espraia na praça e onde o povo se encontra, se abraça e, na tela, se projeta em sonhos e emoções. Rio de estrelas, de luz, câmera e ação. 
Rio em festa a brindar a vida, a esquecer da lida, na dança das ilusões.
Rio que marcha revolto, de águas passadas, das chibatas a lavar a alma de seus heróis. 
Rio que é voz de um povo que quer ser livre e feliz. Rio de chumbo vai "caminhando e cantando e seguindo a canção", na luta e conquista, caras pintadas, 100 mil na pista. Bravo "coração de estudante" a mudar um país.
Rio a correr e a recuperar o tempo perdido. Rio aguerrido a enfrentar o presente. Desafio de um povo, da gente do Rio, superação. Rio que se levanta e vai em frente, à frente do tempo, desfaz e faz. Rio vida que segue em seu vai e vem, Rio Branco de paz.
Rio, correnteza afã, ida, vinda e volta, ponto de partida para a chegada do futuro. Rio Mar, na onda da arte de construir o amanhã. Rio porto aberto, de mar a mar para o que vier, para quem quiser chegar e amar.
Rio que abre o coração, cor de maravilha. 
Rio de amor que se eterniza quando acolhe, aquece, abençoa e batiza as águas da Praça com as águas sagradas da Guanabara.
Seu povo em procissão:
Rufam os tambores da Portela à Glória de São Sebastião
Alexandre Louzada
FOTO: SRZD.COM

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Revivendo sambas antológicos 21

   
   Em tempo de incômodos, manifestações e uma crescente pressão popular no V de vinagre pelo Brasil, coloquei no rádio esse samba e o final dele me inspirou. Trata-se de "Com a boca no mundo" da Caprichosos de Pilares de 1990. Com toda sua irreverência a escola falou sobre a boca e como usamos ela em expressões no dia-a-dia. Mesmo com um samba animado na voz de Aroldo Melodia, a escola terminou na 13ª colocação. Confira a obra abaixo:

É carnaval (eu falei é carnaval!) 
Um sorriso novo 
Sonho e fantasia, cenário desse povo 
Canta... sua vida é este canto 
Faz sua voz ecoar 
Dá um show nesta folia 
Todas as bocas vão se irmanar 
Na boca da noite, prenúncio de ilusão 
É a vida que fervilha, no palco rebrilha 
Sob a luz de neón 

Deixa o circo pegar fogo 
Amor, amor! 
Quem tem boca vai à Roma 
Eu tô que tô 

(É gol...) 

Na boca do gol 
Há um delírio de emoção 
E o grito da galera 
Na boca de espera de ser campeão 
Nesta boca lá vou eu (oi, lá vou eu) 
Seja o prato que for 
Com a boca do amor 
Da boca do forno, a boca do povo 
Não sente o sabor (ih, mas aproveita...) 
Aproveita, minha gente 
O banquete começou 
Caprichosos bota a mesa 
Com amor e sutileza 
Mil sorrisos libertou (ô ô ô ô) 
Ô ô ô ô ô ô 
Na boca da urna, o voto tentou 
Ô ô ô ô 
Dar adeus aos marajás 
Picaretas nunca mais! (mas olha) 
Olha, este povo tão sofrido 
Com a boca no mundo 
Querendo um futuro ideal 

Dá água na boca 
Na boca da massa 
Bota a boca no trombone 
Quando a Caprichosos passa

terça-feira, 11 de junho de 2013

Sinopse Imperatriz 2014

A Imperatriz Leopoldinense, quarta colocada na folia de 2013, divulgou a sinopse que homenageará o jogador de futebol Zico na comemoração de seus 60 anos. A idéia de Cahê Rodrigues, carnavalesco que conceberá o enredo, é promover uma grande festa entre majestades que marcará o encontro entre o rei Arthur e a Imperatriz. Confira a obra abaixo:
Título do enredo: "Arthur X - O reino do Galinho de Ouro na corte da Imperatriz"

“A ÚNICA FORMA DE CHEGAR AO IMPOSSÍVEL É ACREDITANDO QUE É POSSÍVEL”

De Lewis Carroll em Alice no País das Maravilhas.

Autoriza o árbitro! Rola a bola na Avenida. Começa a decisão do carnaval carioca. Doze Escolas estão na briga! Vila quer buscar o feito do último campeonato. Império da Tijuca está na primeira divisão. Mocidade e São Clemente jogam na defesa. Ilha cadencia o jogo! Mangueira e Portela tentam a posse de bola pela intermediária. A sobra é da Grande Rio que chuta pro gol mas bate na zaga do Salgueiro. A torcida grita! Tijuca dispara pela ponta esquerda mas é desarmada pela Beija-Flor. Que jogada! Imperatriz domina com categoria, faz a finta e levanta a torcida. Quanta habilidade! Imperatriz cruza o meio de campo, deixa a marcação pra trás e parte em arrancada na direção do gol. O gol é o seu portal! Ela cruza o gol, abre os portões da poesia e mergulha, de braços abertos, na ilusão de um carnaval.

Diante da imaginação permissiva ela não se assusta. Sente-se confortável com o mundo novo que se descortina diante de seus olhos. O País do futebol, que até então muitos falavam, de fato existia e ela estava lá.

Nessa pátria de chuteiras, a nobre representante do carnaval toma conhecimento de histórias populares. Curiosidades em torno da existência de um rei de pernas tortas, fatos sobre a coroação de um rei negro. Porém, dentre as muitas histórias, uma lhe desperta interesse: Arthur X havia nascido plebeu em um subúrbio do país do futebol. A família Antunes Coimbra estava feliz e não conteve a ânsia de espalhar a notícia. Em tempo, damas, bufões, soldados e plebeus espalhavam o ocorrido pelas casas simples da rua Lucinda Barbosa.

O passar dos anos encarregou-se de transformar o plebeu em rei. Suas conquistas e lutas pessoais lhe conduzem ao trono. Travou e venceu batalhas. Foi condecorado com a farda verde e amarela – a mais alta patente dada a um combatente do país do futebol. Sagrou-se campeão trajando vermelho e negro nas disputas mundiais do octogésimo primeiro ano do século em que vivia. Foi coroado! Rei coroado no templo do futebol. E por ser soberano de uma nação popular, espalha-se a fama e a grandeza de suas glórias.

Diante da história que corre na boca de nobres e plebeus, aumenta o interesse da Imperatriz sobre o rei. No afã de encontrá-lo toma conhecimento da realização de competições que animavam as massas, tendo tal evento o título de “disputas dominicais.” Realizadas em um lugar, que ficou popular como “Templo do futebol” – espécie de arena erguida em torno de um vasto campo verde – onde o povo se encontrava e se dividia em torcidas.

Junto à multidão que se espremia pode observar a chegada de combatentes de bandeiras e cores distintas. Gente que vinha desafiar os cavalheiros do Rei. Avistou ao longe um brasão que como símbolo ostentava uma “estrela solitária”. Ouviu os gritos de euforia que precederam a passagem de uma nobreza fidalga vestida em verde, encarnado e branco.  Pôde ouvir o toque que anunciava o atracar de uma caravela portuguesa junto ao porto e o delírio dos que aguardavam sua chegada.

Em meio ao povo que vibrava, não obteve sucesso na tentativa de aproximar-se do soberano. Porém pôde ouvir o anúncio de que o reinado de Arthur X entraria em festa: O aniversário do Rei seria comemorado no auge dos festejos de Momo que estavam por vir. Nobres de nações estrangeiras por onde seus feitos haviam ganhado fama já confirmavam presença e enviavam presentes. Do outro lado do mundo, onde se fazia noite quando aqui era dia e dia quando aqui era noite, a imagem do rei era esculpida em ouro.

No dia em que completava anos, os clarins faziam ecoar uma melodia ritmada que aludia a “vencer, vencer, vencer!” Seus súditos em festa vestiam o vermelho e o preto – as cores do manto sagrado que o Rei tinha predileção. Ela, a Imperatriz, ordenou que sua corte vestisse sua melhor roupa feita em verde, branco e ouro – talvez Arlindo, talvez Rosa – e viesse em cortejo, tecer honras ao monarca. Fez soar a bateria. Chocalhos, tamborins, surdos e cuícas embalaram o momento sublime. Ao Rei, como presente, a Imperatriz ofereceu-lhe valiosa jóia: sua coroa, feita em ouro e pedras verdes. Diante do feito, o povo de Ramos saúda o rei.  Ele, dispensando o tratamento destinado aos soberanos, sorri, quebra o protocolo, e responde: 
- Sem formalidades! É carnaval. Podem me chamar de Zico!

Carnavalesco: Cahê Rodrigues
Texto de: Leandro Vieira
Colaboração: Família Antunes Coimbra

segunda-feira, 10 de junho de 2013

União da ilha divulga sinopse e logo para 2014

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   A União da Ilha do Governador, nona colocada no carnaval de 2013, divulgou a sinopse do enredo para 2014. O enredo que falará sobre os brinquedos e sobre a infância foi um dos primeiros do grupo especial a ser desenvolvido e será assinado pelo carnavalesco Alex de Souza. Confira a sinopse abaixo:
   Abra o baú da memória, pegue um brinquedo e invente uma história. Relembre a alegria desta herança. Levante a poeira, volte a ser criança.
   Sonhe! Deixe para trás a realidade. Sua lembrança é a porta da felicidade. De origem diversa. Antigo ou moderno. Pelo encanto que desperta, ele será sempre eterno. Pode ser o tipo que for: de qualquer tamanho, matéria, forma ou cor.
    Quer saber onde ele é feito? Em uma fábrica fantástica! E depois, presente na vitrine ou naquele comercial de TV. Como se lhe dissesse: “-Me compre, eu quero você!”
    E não serve só pra divertir. Ele tem tanto para ensinar, quanto temos para aprender. A cada dia descubra novidades. Com cada pecinha montada, crie novas prendas, novas cidades. 
   Assim vivendo e aprendendo, nem sempre ganhando, nem sempre perdendo. Lembre que jogar era o seu viver. No meio da garotada, com a sacola do lado, só jogava pra valer.
    Surgem novas formas de competição. Avance no tempo e irá conhecer, numa tecnologia de última geração, o invencível herói, você pode ser.
    E se caso pegar algo na estante, verá que ele também está aqui. Fala, pensa, anda e age como gente. Atua nos palcos e nas telas; saídos de algum livro ou gibi.
    Saia por aí como um livre petiz! No campo ou na cidade, no morro ou no asfalto. Pra lá do seu quintal por esse imenso país.
    Brinque com o que a terra lhe dá: barro, madeira, palha, lata... Seja um pequenino travesso; párvulo; piá. Menino ou menina; pirralho; moleque. Um maroto cazuza; guria ou guri. Garoto ou garota; fedelho; pivete; baixinho; erê; curumim; bacuri. Pequerrucho grande, insulano brincante. Folião errante; um gaiato pimpolho.
   Olha a União da Ilha aí meu povo, segura a marimba! Empina pipa, vá brincar de roda; de pique-esconde. Correr e pular, que a brincadeira não tem hora.
“-Ciranda cirandinha vamos todos cirandar...”

Molecada simbora!!!
A reinação terminou.

Encerrada a viagem,
redescubra a importância
de uma bela infância.
Dignidade e respeito.
Amor e proteção.
Afinal de contas,
lembre que ser criança...
NÃO É BRINQUEDO NÃO!

Argumento do enredo

Brincar é coisa séria!

Em 2014, desfilaremos brinquedos e brincadeiras, numa incursão pelo universo infantil. O enredo resgatará a memória afetiva da melhor fase de nossas vidas. É também um resgate da identidade da União da Ilha do Governador. Escola que se caracterizou por desfiles leves e “brincalhões”. Então, vamos nos divertir? Até porque a “hora do recreio” que desfrutamos a cada ano, é brincar carnaval.

   Mostraremos um pouco de história e a importância de fatos referentes à infância. Nem sempre destinado a crianças, alguns brinquedos foram utilizados por antigos povos em rituais e como objetos de adivinhação. Como entretenimento, há registros desde a antiguidade. O conceito da palavra criança surgiu no Renascimento. Período que florescia a crença na humanidade e na sua capacidade. Ao “inventar a infância” a modernidade cria a idade de ouro de cada indivíduo, fase em que a vida deveria ser perfeita, protegida e tranquila. Mas na realidade sempre se esteve afastada desse ideal. Pintores e gravuristas em várias épocas retratavam com riqueza de detalhes, deixando um registro importante. Levando o adulto a prestar mais atenção no universo lúdico. E sua inseparável relação (desde a Idade Média) com a história do comércio e da evolução técnica de fabricação. Brincando, a criança é conduzida ao imaginário. Experimenta, descobre, cria, exercita suas habilidades, desenvolve o intelecto e as relações afetivas. Estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança. Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regras entre as outras atividades constituem meios prazerosos de aprendizagem. Além disso, expressam suas criações e emoções, refletem medos e alegrias, devolvem características importantes para a vida adulta. Brinquedos despertam vocações, pois muitos evocam na brincadeira o primeiro passo para uma carreira. Considerados muitas vezes como frívolos, sem importância, foram aos poucos ganhando destaque entre educadores.

“o desenvolvimento da criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa de jogo como forma de equilíbrio com o mundo”.

Quem disse isso foi Jean Piaget, psicólogo suíço, pedagogo considerado um dos mais importantes pensadores do século XX. Piaget publicou os primeiros artigos dobre a criança, o pensamento infantil e o raciocínio lógico. A inteligência se constrói a partir do “jogar-brincar”. Brincar deriva do latim vinculum, que significa laço, união e criação de vínculos. Diferente de outras línguas que ligam brincar diretamente com jogar, como em italiano – giocare; espanhol – jugar; francês – jouer; inglês – play (jogar, tocar...), etc. O faz de conta refere-se ao “mundo do imaginário, da fantasia”, “Fantasia é criar pela imaginação”, segundo Antônio Houaiss. A começar pela literatura infantil, passando pelo teatro, aos desenhos animados na televisão e no cinema, os personagens oferecem imagens que são muito significativas para a criança, e como algo de sucesso atraí a atenção da garotada, logo se tornam brinquedos. A falta de espaço imposta pela vida urbana nos faz refletir sobre um ideal de infância com liberdade. Seria utopia? Causa perdida? Seria um lugar imaginário? Ou este lugar poderia ser encontrado em algum subúrbio ou por rincões espalhados pelo Brasil?

Vamos reviver algo que pode ser o passado ou o presente das crianças brasileiras, com suas tradições, características regionais, contato com a natureza.

O brinquedo artesanal é reflexo do ambiente em que ele foi construído e é o momento em que o objeto vira arte. E as brincadeiras são heranças de uma cultura popular miscigenada, com predomínio rural.

A preservação destas brincadeiras é muito importante para a manutenção folclórica do país.

Moral da história...

Cuide da criança que habita em você. Assim, saberá cuidar e respeitar as demais. Sem felicidade nada disso faria sentido, nem o último lançamento ou a velha cantiga de roda; nada é mais importante que um sorriso.

Vamos brincar?

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Sinopse Grande Rio 2014

A Acadêmicos do Grande Rio divulgou a sinopse do enredo que cantará em 2014. Tendo a cantora Maysa como fio condutor, a escola de Duque de Caxias vai cantar Maricá e promete surpreender. Confira na íntegra a sinopse abaixo:

A estação que inspira é o verão...
Nas primeiras horas de uma manhã de sol, ela desperta depois do que havia programado. O corpo ainda se sente envolvido pelo ócio da noite anterior.
Apressadamente, aproxima-se da janela e vislumbra as primeiras nuances luminosas do despertar de um novo dia. O brilho invade o ambiente outrora escuro pela noite e a claridade reflete na retina de seus olhos verdes. É a vida dando ao destino nova chance de refazer o fim da história. Quem sabe, nova fase, cantada em outro tom.
O sol aquece seu corpo na varanda da casa. Ela se dirige ao piano e algumas notas ecoam. No bloco de folha branca inicia o seguinte rascunho:
"Verdes olhos sobre o mar, a brisa a me levar nas asas do tempo!
Doce é este lugar, onde o chão guarda suas memórias
E a fé multiplica-se nas águas!
No firmamento a benção de teu "amparo"
Nos livros, páginas passadas que falam de sua história..."
O vento soprou mais forte e fez com que os cabelos se tornassem empecilho para os olhos. O som do piano cessou, o pensamento foi longe, e ela reacendeu a inspiração dos versos:
"Confesso que nem tudo vi!
Quando sua beleza fascinou o inglês pela manhã, tudo era verde e eu não estava lá!
Do seio de fertilidade da mata, do zum-zum-zum dos seres que lhe encantaram
Da visão noturna do que há pouco era dia, herdei as noites "negras" 
Tornei-me dona das estrelas que emolduravam o céu que foi dele..."
Ainda é manhã e sobre o mar o "barquinho" risca o horizonte. Ela cessa novamente o som do piano e instaura um demorado silêncio. Seus olhos verdes, são mais verdes quando fitam o mar. O canto do sabiá rompe a ausência do som. Ela retoma os versos:
"Ai quem me dera ver tudo
Lançar-me no passado
Correr em tuas plantações verdes, provar de tua laranja mais doce
Faze-la outra vez cidade que já foi terra de muitos
Que Darwin passou, que o trem prosperou
Hoje meu verso é em tua homenagem, é canção para um samba que em mim é sempre carnaval..."
O vento continuou soprando em seus ouvidos a inspiração para compor:
"A praia o terno convite:
O sol, as ondas, o banho de mar e o surfista solitário que corta as ondas como quem borda no Espraiado
No Barquinho corro o mundo, volto e olho: não consigo me acostumar 
Não ando só na imensidão
Daqui ou de qualquer lugar, só fui feliz em Maricá."
As linhas estavam no papel encontrado entre a casa e o mar. Como assinatura lia-se um "M" maiúsculo, seguido de um "A" emendado em um "Y" um "S" e encerrado com um "A". No fim da folha encontrada, lia-se: MAYSA.
Leandro Vieira e Roberto Vilaronga
Carnavalesco: Fábio Ricardo