domingo, 2 de abril de 2017

Valeu, Grande Rio


   Depois de muito tempo de inativação do nosso blog, voltei à paixão pela escrita do carnaval. E nada mais singelo do que retomar os caminhos do que falar sobre uma homenagem à uma estrela.
   No carnaval de 2017, a Acadêmicos do Grande Rio escolheu homenagear a cantora baiana Ivete Sangalo para tentar conquistar seu título de campeã. E como em todo período pré-carnaval, sempre existem os bombardeios, comentários de pessoas falando mal e até rebaixando a escola. Após a divulgação da sinopse a coisa piorou um pouco mais, pois muitos (inclusive eu) acharam que estava confuso e mal escrito. O bate rebate permaneceu durante todas as etapas do pré carnaval da escola: divulgação de sinopse, festa de protótipos, eliminatórias e final de samba. E depois também, claro. Ivete marcou presença na final antecipada (04/09/2016), a primeira do grupo especial, e mesmo atrasada esteve presente na escola do samba que cantaria sua vida. Daí então começa o que chamo de fenômeno Ivete.
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    Este fenômeno começou com o chão de Caxias, que já é muito organizado e canta bem, abraçando o samba fervorosamente nos ensaios e na gravação do CD. Ivete divulgava o samba da escola em todos (ou em grande maioria) os seus shows, o que dava visibilidade ao samba e ao carnaval. Embora os mais tradicionais achassem que não ia dar em nada, é sempre bom ver o nosso ritmo ser divulgado mais do que no período vinheta Globeleza. Com a chegada do ensaio técnico, os burburinhos aumentaram: Ivete levaria um trio para o ensaio! UM TRIO ELÉTRICO?! Sim! Emerson Dias, Ivete e toda a equipe de canto ensaiou na sapucaí em cima de um trio elétrico, levantando as pessoas que estavam presentes. Era um pedaço do carnaval de Salvador na Marquês de Sapucaí. Mesmo com aspecto de micareta (argumentação de muitos) foi inegável o sucesso do ensaio e a presença da cantora.
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   Ah, a noite do desfile. Domingo de carnaval e a temida posição de ser a segunda escola da noite era o que aguardava a Grande Rio. Mas o público não sabia o que lhes aguardava. Havia chovido na escola anterior, porém as águas pararam de cair para as lágrimas de emoção de fãs e torcedores da escola fluírem durante o desfile. "E lá vou eu, pé na estrada...", verso do samba, começou a ser entoado pela homenageada e ali já estava escrito que seria uma animação misturada com emoção. Onde estava Ivete? Ali mesmo, na comissão de frente! Para o delírio dos foliões, a Grande Rio já matou de cara a vontade de todos de ver Ivete, uma cartada certeira para levantar o desfile. A cantora participou dos ensaios pelas madrugadas, pegou rápido a coreografia e executou tudo. Não podíamos esperar menos de quem tem tamanha presença de palco. Carros grandes, fantasias coloridas, canto alegre e Ivete estava no desfile de novo! No último carro ainda coube a emoção de ver as câmeras, os braços dando tchauzinho e as vozes ainda cantando para ela (adaptações do que a cantora falou após o desfile). A Grande Rio deu um banho de axé levando uma das personificações do carnaval de Salvador, da música brasileira.
   Para aqueles que duvidaram da capacidade de Ivete Sangalo virar enredo, vamos recapitular: Ela se fez presente na escolha do samba, viu protótipos, gravou o samba no CD de sambas de enredo, cantou no ensaio técnico, cantou no desfile oficial, saiu na comissão de frente, correu para o fim do desfile e desfilou novamente. Antes do desfile ela andou pelo sambódromo para sentir a energia do que estaria por vir, mas aposto que o que ela sentiu durante o desfile não chegou aos pés de sua caminhada anterior. E mais, ela cantou e se emocionou muito no desfile das campeãs, a Grande Rio conseguiu um 5º lugar entre as 12 escolas. Estava de volta ao desfile das campeãs, um alívio para torcedores que estavam de início tão preocupados com o que poderia resultar aquela homenagem. No desfile das campeãs, Ivete disse que era o carnaval mais bonito da vida dela e que ela amava a Grande Rio. E cantou, evoluiu e se emocionou mais uma vez.
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   Ah, Ivete Sangalo... Que saiu de lavadeira, lembrando os tempos de criança junto de sua mãe, e nos mostrou toda a garra e toda a entrega que uma homenageada pode ter. Grande Rio... que nos deu a oportunidade de ver mais uma vez toda a simplicidade, toda a emoção, toda a dedicação de um,a estrela que também é gente como a gente. Nos mostrou que carnaval pode ter batida de timbalada, pode ter várias cores e formas e que homenagens são emocionantes. Me surpreendi muito, confesso, e sou grato por ter conseguido ver este desfile de perto e poder rever e relembrar a emoção de quem é fã do carnaval, da Grande Rio e de Ivete Sangalo. E ainda tinha gente que duvidava que daria enredo. Valeu, Grande Rio!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

"Sei lá... Mangueira"

  Carnaval se aproximava e como sempre haviam os palpites para a escola vencedora do Grupo Especial em 2016. Algumas escolas estavam na boca do povo, seja pelo samba, pelo carnavalesco, pelos trabalhos dos anos anteriores e até mesmo pelo pouco que se via no barracão. Mas, as escolas que haviam ficado na parte de baixo da tabela não tinham essa mesma requisição. A Estação Primeira de Mangueira, por exemplo, não era cotada para as cabeças. Como uma escola que havia ficado em décimo ganharia o carnaval no ano seguinte?
   Entretanto os mangueirenses verdadeiros não desanimaram. Tinham sim consciência que era tarefa difícil, faltava talvez um amadurecimento, mas tinham mais consciência ainda dos trabalhos que estavam sendo realizados para fazer um desfile maravilhoso. E eis que chega a grande noite. Escolas favoritas passaram, escolas que infelizmente tiveram problemas também e a última escola do ano, a verde e rosa esperava a sirene para fazer seu show. Minutos antes, o carnavalesco Leandro Vieira foi pedir a benção para Maria Bethânia - a homenageada da escola - para fazer um grande desfile. Quando o sinal foi dado, algo maravilhoso aconteceu.
   O chão ficou colorido de verde e rosa, a comunidade e o sambódromo abraçaram o samba desde a guarra da comissão de frente até o emocionante último carro. Surpresa maior estava junto de Squel, a primeira porta bandeira, que num truque de maquiagem apareceu careca. Incrível o poder de identificação do enredo junto ao primeiro casal. Abre-alas imponente de Oyá, fantasias com menos verde e rosa no início, mas mesmo assim um conjunto de deixar os olhos marejados. Fazia tempo que a escola não passava tão bonita! A bateria? Levou o público ao delírio junto com sua grande rainha Evellyn da comunidade numa explosão de ritmo e cadência. Nem mesmo um dos carros que ora acendia suas luzes ora apagava diminuiu o brio no olhar dos mangueirenses. Maria Bethânia veio no último carro mandando beijos, abraços e descalça girava numa ação de graça. Ao final a consagração: O público promoveu um "arrastão" cantando o samba da escola, que caiu nas graças de uma terça-feira gorda.
   E numa apuração apertada como não se via a um tempo, o que poucos acreditavam aconteceu: vitória da Estação Primeira de Mangueira, encerrando um jejum de 14 anos e creditando a décima nona estrela em seu pavilhão. Torcedores em festa por todo país. A tal verde e rosa, combinação inconfundível da folia, havia ficado um décimo à frente da segunda e terceira colocadas. Uma vitória para lavar a alma da escola que sofria com crises financeiras, com a perda de seu intérprete no ano anterior, com tantos contras. Santos e orixás do samba se uniram para presentear essa nação tão apaixonada por sua escola. 
E os outros sambistas? Sempre vão haver aqueles que discordam, claro. Para cada uma que vencesse seria uma justificativa desgostosa. Porém o samba abraçou o fato. Muitos sambistas estavam felizes pelo belo trabalho ser coroado com a primeira colocação, o samba em seu centenário parecia receber de braços abertos tamanho presente. No desfile das campeãs a Portela levou uma homenagem à escola campeã e o público novamente delirou na passagem da campeã do carnaval carioca de 2016.

   O samba? Parecia já cantar a vitória discretamente em seu refrão

    "Chegou a hora, não dá mais pra segurar"

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Dificuldades entre mídias

Boa noite fãs e seguidores

Eu sei que o blog está muito às moscas a um tempo, mais especificamente depois do mês de novembro. É um pouco difícil competir com as novas mídias como o facebook por exemplo, onde temos uma página. Não queria ter que escolher entre um meio, então eu optei por colocar aqui uns textos e conectar as duas plataformas.

As coisas tinham andado um pouco corridas também para mim, estava ajeitando algumas coisas da vida pessoal e agora está tudo certo.

Logo aparecerei conectando o blog ao facebook para tentar não largar algum deles, e postarei junto ao youtube alguns registros que fiz dos desfiles do Grupo Especial do Rio de Janeiro. O que agarra um pouco agora é o notebook que está com os registros de domingo e atualmente se encontra no conserto. Mas estou fazendo o possível para manter tudo conectado!

Minhas sinceras desculpas a qualquer transtorno

Espero que compreendam

Marcos Felipe, dono do blog

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Para sempre majestade

Salve o samba, salve a santa, salve ela
Com seu manto azul e branco que também tinge o céu
Riscando o Rio de Janeiro em poesia
A águia voa soberana
E com seus olhos alcança o além

Ah, Portela!
Teu samba dominou o mundo!
Pelos caminhos de Paulo a paixão se fez
Por Lendas e mistérios da Amazônia
Atravessou o Ilu Ayê
Cantando Macunaíma, herói de um povo
Trilhou pelos mais diversos Contos de areia
Abençoados por Oyá

No tributo à vaidade
Mostrou Todo azul que o azul tem
Pois quando O samba era samba
Todo mundo cantava “Gosto que me enrosco”
Seja aos Olhos da noite ou no raiar do dia

De volta aos caminhos, Querer é poder!
Para sempre Cinelândia
E um carnavalesco apaixonado
Ainda irá as muitas águias resgatar
Reconstruindo a natureza para falar de Amor
Madureira subiu o pelô
Cantando onde o coração se deixou levar
E de mar em mar deságua num desejo surreal

E seus filhos sempre cantarão o samba
O Brasil se abre para a Tradição
E muitas águias revoam pelo céu de cada sambista
Marejando os olhos de cada torcedor apaixonado
Que bailou com Vilma
Imortalizou com Candeia
Compôs com seu Noca
Vibrou com Natal
Cantou com Clara
Homenageou com João e Diogo
Emocionou com Dodô
Renovou com Alexandre e Falcon
E se eterniza no panteão da cultura brasileira

Oh majestade! Vem bordar mais uma estrela em meu peito
Fazer o samba por ti ter respeito
E sempre, sempre te admirar...


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O Brasil de La Mancha, de La Mocidade


"Se o mundo é um carnaval onde tudo  se mistura, volto à literatura, no seu infinito poder de transportar tempo e espaço, me junto a Cervantes porque também sou Miguel, Padre Miguel. Juntos, resgatamos o mito de Quixote que,  no caminhar por entre as terras do Brasil de La Mancha, a princípio se assusta com tantos fatos. Ele sonha lutar com gigantes que pela própria natureza não somam, subtraem. E como compreender é o primeiro passo para transformação, ávido leitor, o cavaleiro andante relê nossa história até perceber que “A hora da estrela” há de chegar. Descobre que a Mocidade, eterna fábrica de sonhos e alegria, é a estrela guia, que  sai à rua  para defender o Brasil de toda Mancha. Está na Mocidade toda a esperança de dias melhores, de tempos mais justos, de seres mais humanos."
Trecho da sinopse oficial

   A Mocidade Independente de Padre Miguel havia anunciado um enredo para 2016, mas depois de um tempo voltou atrás e anunciou "O Brasil de La Mancha... Sou Miguel, Padre Miguel. Sou Cervantes, sou quixote cavaleiro, pixote brasileiro". Alguns criticaram muito a troca de enredo, até mesmo depois de liberada a sinopse, porém acredito que foi uma carta na manga.
   O Brasil está passando por tempos difíceis. Escândalos políticos se multiplicam dia a dia envolvendo praticamente todas as esferas do governo, incluindo seu cargo mais alto - presidência da república. Todos os dias notícias de manifestações, crise, contas rejeitadas ou descobertas e outras coisas mais assustam o brasileiro, que cada vez mais sente-se no dever de reivindicar. E porque não através do samba?
   A Mocidade foi além. Buscou na história e na literatura experiências de momentos difíceis de nossa história que conseguiram ser suplantados. Utiliza-se da ajuda de Dom Quixote, lendário cavaleiro que luta contra monstros, para tentar alertar o brasileiro dos problemas e avisar que a hora é agora, hora de não ficar calado, hora de se posicionar.
   O samba é uma obra prima. Wander Pires, Jefinho Rodrigues e cia poetizaram a caminhada de Quixote rumo às terras brasileiras e terminam com a hora da estrela. A estrela da esperança - que é verde como a Mocidade - a estrela que guia a população por um mundo diferente e que mostra que é possível sim dar a volta por cima se houver união. A estrela guia de Padre Miguel se juntará às outras 27 da bandeira e não se apagará.
audio aqui (créditos site Carnavalesco)
LOUCO, APAIXONADO...
VOAR, SEM LIMITES SONHAR...
DESPERTA CERVANTES DO SONO INFINITO
QUE A LUZ DA ESTRELA VAI GUIAR
QUIXOTE CAVALEIRO DELIRANTE
AVANTE! MOINHOS VAMOS VENCER
ERRANTE, ACERTA O RUMO DA HISTÓRIA
PRAS MANCHAS DESSE QUADRO REMOVER
PINTAR NESSA TELA A NOVA AQUARELA
E HOJE ENFIM DEVOLVER
A HONRA DO NEGRO, A TAL LIBERDADE
QUE SEMPRE HAVERIA DE TER

AINDA É TEMPO, EU VOU CONTRA O VENTO
NÃO HÁ DE FALTAR BRAVURA
DE RAMOS À ROSA, MEU DOM ENCONTREI
NOS BRAÇOS DA LITERATURA!

VAI NA FÉ... MEU BOM CANGACEIRO
"SER TÃO" CONSELHEIRO REGANDO AS VEREDAS
CAMINHANDO E CANTANDO, SEGUINDO A CANÇÃO
NAS MÃOS UMA FLOR VAI CALAR OS CANHÕES
FAZ CLAREAR AS TENEBROSAS TRANSAÇÕES
LAVANDO A ALMA DA "MOCIDADE"
LANÇANDO JATOS DE FELICIDADE
VENCER MAIS UM GIGANTE NESSA HISTÓRIA SURREAL
NUMA OFEGANTE EPIDEMIA QUE SE CHAMA CARNAVAL
VEM SER MAIS UM GUERREIRO
EU SOU MIGUEL, PIXOTE ESCUDEIRO
É HORA DA ESTRELA QUE SEMPRE VAI BRILHAR!

EU HEI DE CANTAR POR TODA VIDA
MINHA MOCIDADE, ESCOLA QUERIDA
NESSA DISPUTA...
VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA! (NÃO)

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Meu nome é alabê de Jerusalém


Muita chuva
Muitos 9,7 na apuração
Uma escola tradicional de volta à série A
Depois de cantar com muita garra
Seu lindo samba de 2015
Você acha que isso é o suficiente para desanimar uma escola de samba?
Espero que sua resposta seja NÃO

Para 2016 a Unidos do Viradouro quer dar a volta por cima
Quer emocionar novamente na avenida
E para isso apostou numa das mais belas histórias da umbanda
O Alabê de Jerusalém

A vermelho e branco recebeu seus sambas
De cara uma parceria chamava atenção
Felipe Filósofo e cia na voz de Wander Pires
Trilhavam um caminho que se tornaria histórico
Ao lado de nomes como Dudu Nobre
Entrou na disputa e no coração do sambista
Não deu outra, fora escolhido

O samba é uma espécie de declaração
Conta bem o enredo
A primeira pessoa dá o tom de emoção
Num enredo tão importante no mundo de hoje
Que está carente de tolerância, amor, igualdade, paz, harmonia

O samba venceu nas graças da comunidade
Em seus versos incorporou uma prova de amor
E precisa vencer mais barreiras
As pessoas precisam dessa prova de amor
A "pátria da esperança"como a obra cita
Precisa conhecer e se comover
Com a magnitude da mensagem deste samba

Kaô Kabesilê Xangô!


O samba:
VIRADOURO NO COURO DO TAMBOR
PEDIU A OXUM E XANGÔ (ORA YÊ, YÊ, KAWÔ)
E A OLODUMARÉ, NO IFÉ
QUE O AFRICANO CAMINHEIRO
DESÇA EM SOLO BRASILEIRO
PRA FALAR DA LUZ DE NAZARÉ
O PORTA-VOZ DA HARMONIA E DA PAZ
O MENSAGEIRO DOS ORIXÁS
ENFIM, JÁ BAIXOU NA ALDEIA
QUE APARECIDA CLAREIA
COM A BENÇÃO DO CRISTO REDENTOR
E A SAPUCAÍ INCENDEIA NA CHAMA DA SUA CANDEIA... INCORPOROU

MEU NOME É ALABÊ DE JERUSALÉM
VOLTEI A TERRA PRA MATAR SAUDADE
VIM FALAR DE AMOR, DE TOLERÂNCIA E IGUALDADE

CRUZEI EGITO, ROMA E JUDEIA  
AMEI JUDITH, A FLOR DE CESAREIA  
O REI DOS REIS QUE CONHECI SE ESPANTA E CHORA
COM ESSA GUERRA SANTA
QUE SANGRA ESSE PLANETA AZUL
Ó MEU BRASIL, CUIDADO COM A INTOLERÂNCIA
TU ÉS A PÁTRIA DA ESPERANÇA
À LUZ DO CRUZEIRO DO SUL
UM PAÍS QUE TEM COROA ASSIM TÃO FORTE
NÃO PODE ABUSAR DA SORTE
QUE LHE DEDICOU OLORUM

KAWÓ KABIESILÉ XANGÔ
ORA YÊ YÊ, MAMÃE OXUM DO OURO
SÃO JOÃO BATISTA QUE ME BATIZOU
É O PROTETOR DA MINHA VIRADOURO

sábado, 1 de agosto de 2015

Ouça agora a voz de toda Renascer!

   Hoje irei falar sobre uma escola de samba que embora não seja considerada grande pela mídia, tem um ponto muito positivo consigo. A Renascer de Jacarepaguá é uma das escolas que disputam a série A do carnaval carioca. Conta com uma passagem pelo grupo especial, em 2012, e com sambas essencialmente belos em seus quase 23 anos de folia.
   A escola traz em seus enredos um espírito leve, alegre e descontraído e tem chamado a atenção pela qualidade dos seus sambas. Sua ala de compositores vem apresentado uma regularidade que impressiona, mesmo que seus últimos sambas tenham sido encomendados, eles ainda mantém o alto nível das obras. 
   Sambas como "Como vai, vai bem? Veio a pé ou de trem?" de 2009, o campeão "Águas de Março" de 2011, "Olhar caricato, simplesmente Lan" de 2014 e o premiado com estandarte de ouro "Candeia, manifesto de um povo em forma de arte" nos fazem refletir que mesmo passando por dificuldades financeiras para fazer seus desfiles a escola ainda nos brinda com sua harmonia contagiada pelas belas obras. Ah, se não fosse o dinheiro...
   Para 2016 mais uma obra encomendada em "Ibejis - Nas brincadeiras de criança: Os orixás que viraram santos no Brasil" promete encantar novamente os sambistas e torcedores da agremiação. Mais uma aula de samba, mais uma vez percebe-se que samba bom não é só no especial e que a Renascer tem sim história pra cantar...